Autora: FERNANDA SUTOFF QUEDNAU
A mulher sempre teve grandes dificuldades para alcançar o seu espaço dentro da sociedade. A ela cabia ser responsável pelos afazeres domésticos e pelos filhos, mas, hoje, isso não é mais assim.
Muitas foram às mudanças nas últimas décadas e essas passaram a identificar uma postura diferente da mulher diante da sociedade. O movimento feminista afetou os papéis que eram exercidos pelas mulheres antigamente. A mulher deixou de ser vista, somente como
filha, esposa ou mãe. Hoje ela exerce diversas funções que antes eram consideradas masculinas. As mulheres lutaram e conseguiram mudar sua imagem diante da sociedade, mais isto, levou anos para acontecer e ainda não foi finalizada, algumas coisas precisam ser modificadas.
Em 1976 era publicado no Brasil um jornal chamado Nós Mulheres, na primeira edição, foi publicada uma matéria que comenta sobre o que a mulher buscava, e podemos observar que a luta das mulheres era por uma sociedade mais justa para todos:
“Achamos que nós mulheres devemos lutar para que possamos nos preparar, tanto quanto os homens, para enfrentar a vida. Para que tenhamos o direito à realização,. Para que ganhemos salários iguais fazendo trabalhos iguais….Queremos que nossos
companheiros reconheçam que a casa que moramos e que os filhos que temos são deles e eles devem assumir conosco as responsabilidades caseiras. Nossa luta é por torná-las sociais. Mas não é só. Nós mulheres queremos, junto com os homens, lutar por uma sociedade mais justa, onde todos possam comer, estudar, trabalhar ematividades dignas, se divertir, ter onde morar, ter o que vestir e o que calçar. E, por isso, não separamos a luta da mulher da de todos, homens e mulheres, pela sua emancipação”.
Ao mesmo tempo em que as mulheres lutavam para conquistar um maior espaço na sociedade, o mundo se transformava, aconteciam avanços na ciência e na tecnologia, e a chegada da era pós-moderna modificou o mundo. Vivemos hoje, a era da pós-modernidade que tem como características a globalização, o capitalismo latente, o individualismo, a busca pelo prazer imediato e a tecnologia da
informação. Onde a aparência tem mais valor que a essência. E os indivíduos vivem na busca de alguém que possa transformar as suas incertezas em auto-seguranças.
A mudança dos tempos traz sempre consigo a transformação dos ideais, que são o resultado das novas conquistas do ser humano. Ocorre aí o abandono de interesses antigos e a descoberta de novos interesses e necessidades. As mulheres que tanto lutaram por mais
espaço na sociedade, atualmente, encontram-se em conflitos, pois estão sobrecarregadas de tarefas. Sendo obrigadas a conviver com um acúmulo de papéis. Atualmente, o que é observado, nas grandes cidades, é que a educação dos filhos está sendo terceirizada. As mulheres estão trabalhando, muitas vezes também estudando para
adquirir novas competências e conseguir manter sua empregabilidade, desta maneira o tempo para a interação familiar fica, altamente, prejudicado e aumentando também, a culpa dessa
mulher pós-moderna. A observação dessa realidade típica das grandes cidades, inspirou o tema dessa monografia que pretende compreender, através de referenciais teóricos e pesquisa qualitativa,
o conflito entre a maternidade e o trabalho, que é sofrido por diversas mulheres na sociedade pós-moderna. A revisão bibliográfica, feita no primeiro capítulo, tem como objetivo explanar sobre a
era pós-moderna e sua conexão com a era moderna, a revolução industrial e o iluminismo. No segundo capítulo se pretende mostrar a história de luta da mulher na sociedade, desde a antiguidade até a era pós-moderna. O assunto do terceiro capítulo são os conflitos vivenciados pela mulher pós-moderna, tais como, a mulher e o seu corpo, a maternidade, a esposa e a dona de casa e a mulher profissional. Para descrever e compreender os conflitos entre maternidade e trabalho vivenciados pela mulher pós-moderna, foi realizada uma pesquisa qualitativa cujos procedimentos
metodológicos são descritos no quarto capítulo. A apresentação dos resultados obtidos através da análise do conteúdo dos relatos verbais dos sujeitos, é o assunto do quinto capítulo, que são discutidos com base na teoria revisada nos capítulos iniciais.
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